terça-feira, 10 de março de 2015

O PRINCIPAL ATOR É MESMO O PROFESSOR APERFEIÇOAR O ACOMPANHAMENTO DA FREQUÊNCIA ESCOLAR

        Para que o Acompanhamento da Frequência Escolar do Programa Bolsa Família alcance os índices de qualidade que se deseja e venha a contribuir com a melhoria dos índices do DF no IDEB, se faz necessário o trabalho de sensibilização, capacitação e monitoramento de todos os professores de todas as redes de ensino. Isto, pelo fato de serem os professores que mantém contato com os alunos beneficiários do Programa e, portanto, conhecem e percebem as potencialidades e fragilidades.
         Antes de qualquer ação empreendida pela Gestão do PBF na Educação, a Coordenação Escolar de Acompanhamento da Frequência Escolar deve fazer um trabalho de identificação de todos os alunos junto com os professores em seus Diários de Classe; o segundo passo deve ser reproduzir a Tabela de Códigos de Motivos de Baixa Frequência distribuir com todos os professores para que no momento que o aluno faltar, o professor possa identificar o Código da Falta, que foi informada pela família. Agora, paralelo a isto as famílias têm que estarem sendo informadas e lembradas constantemente que é necessário informar ao professor quando o filho faltar, não se esquecendo de repassar o Motivo da               Falta. Claro que sempre que o aluno falte o professor já deve estar de antenas bem ligadas para procurar saber o que está provocando a ausência para resgatá-lo imediatamente.
E para que os alunos estejam estimulados e tenham bons rendimentos em sala de aula se faz necessário o incentivo ao estudo fora do horário de aula. No entanto, sabemos que esses alunos, na maioria, beneficiários do PBF não tem a cultura de estudarem as matérias estudadas em sala de aula, pois seus pais e/ou responsáveis, por vezes, são analfabetos, semianalfabetas ou analfabetas funcionais.
Por estas e muito mais se faz necessário que todos os envolvidos na Gestão do Programa Bolsa Família no DF encampem um trabalho constante de formas de encontrar saídas para a superação das vulnerabilidades características dessa parcela de nossa sociedade.
      A título de exemplo e para que vejamos a necessidade de termos um olhar diferenciado para os nossos alunos beneficiários do Programa vou citar um caso que escutei de uma operadora do projeto presença  escolar. Á operadora escolar s angustiada com o fato de um determinado aluno ser extremamente rebelde e não aceitar nenhuma palavra ou expressão que fosse afável, tais como: meu amor, meu filho, meu querido, pois o mesmo já revidava dizendo que não era filho, não era amor, etc.         Como a cidade é muito pequenina a secretaria sabia que o pai dessa criança morreu por causa do alcoolismo e que a mãe depois que ficou viúva passou a farrear constantemente levando amigas, amigos e amantes para dentro de casa e usando a expressão da secretaria, varando noite e dia na bebedeira e outras coisas mais. Ora, as crianças veem isto e como consequências se rebelam e externam seus descontentamentos pela situação vivida em casa e, infelizmente, repercute na escola. Repercute na escola pelo fato de as crianças e adolescentes terem em suas cabeças claramente ou não o conceito de que aquele espaço é democrático e pode ser utilizado para discutir, para diminuir a carga que estão vivendo externamente e isto só é possível se, realmente, os professores estiverem qualificados para esse fim. Falei para essa parceira que se fazia urgente e necessária a atuação do CRAS nessa família, pois isto é resultado das vulnerabilidades em que os nossos beneficiários estão inseridos. Vê-se, claramente, que Esses alunos que tem comportamentos que chamem a atenção requerem um atendimento especial, aquele olhar diferenciado, porém não paternalista. E paternalista vou enfatizar, é quando algum professor diz: "Não vou colocar falta no aluno para não prejudicá-lo, pois ele é da Bolsa". Vejamos  se um professor agir desta forma ele estará cometendo dois crimes: um de ordem legal, por estar deixando de cumprir a Lei, que diz do Acompanhamento Diferenciado para cada aluno e o outro crime é de ordem intelectual, pois está dizendo indiretamente que ele não precisa ir à escola continue analfabeto, etc".
     É importante que todos nós da Educação Estadual, Municipal, Particular aproveitemos a oportunidade que o Programa Bolsa Família está nos dando que é visualizarmos os alunos oriundos de lares vulneráveis, mesmo que não seja o quadro real, pois existem muitas famílias beneficiárias, que não estão dentro do perfil de extrema pobreza ou da pobreza e que recebem o benefício.

Att,
Santa Maria



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