Para que o Acompanhamento da
Frequência Escolar do Programa Bolsa Família alcance os índices de qualidade
que se deseja e venha a contribuir com a melhoria dos índices do DF no IDEB, se
faz necessário o trabalho de sensibilização, capacitação e monitoramento de
todos os professores de todas as redes de ensino. Isto, pelo fato de serem os
professores que mantém contato com os alunos beneficiários do Programa e,
portanto, conhecem e percebem as potencialidades e fragilidades.
Antes de qualquer ação
empreendida pela Gestão do PBF na Educação, a Coordenação Escolar de
Acompanhamento da Frequência Escolar deve fazer um trabalho de identificação de
todos os alunos junto com os professores em seus Diários de Classe; o segundo
passo deve ser reproduzir a Tabela de Códigos de Motivos de Baixa Frequência
distribuir com todos os professores para que no momento que o aluno faltar, o
professor possa identificar o Código da Falta, que foi informada pela família.
Agora, paralelo a isto as famílias têm que estarem sendo informadas e lembradas
constantemente que é necessário informar ao professor quando o filho faltar,
não se esquecendo de repassar o Motivo da Falta. Claro que sempre que o aluno
falte o professor já deve estar de antenas bem ligadas para procurar saber o
que está provocando a ausência para resgatá-lo imediatamente.
E para que os alunos estejam
estimulados e tenham bons rendimentos em sala de aula se faz necessário o
incentivo ao estudo fora do horário de aula. No entanto, sabemos que esses
alunos, na maioria, beneficiários do PBF não tem a cultura de estudarem as
matérias estudadas em sala de aula, pois seus pais e/ou responsáveis, por
vezes, são analfabetos, semianalfabetas ou analfabetas funcionais.
Por estas e muito mais se faz
necessário que todos os envolvidos na Gestão do Programa Bolsa Família no DF
encampem um trabalho constante de formas de encontrar saídas para a superação
das vulnerabilidades características dessa parcela de nossa sociedade.
A título de exemplo e para que
vejamos a necessidade de termos um olhar diferenciado para os nossos alunos
beneficiários do Programa vou citar um caso que escutei de uma operadora do
projeto presença escolar. Á operadora
escolar s angustiada com o fato de um determinado aluno ser extremamente
rebelde e não aceitar nenhuma palavra ou expressão que fosse afável, tais como:
meu amor, meu filho, meu querido, pois o mesmo já revidava dizendo que não era
filho, não era amor, etc. Como a cidade é muito pequenina a secretaria sabia
que o pai dessa criança morreu por causa do alcoolismo e que a mãe depois que
ficou viúva passou a farrear constantemente levando amigas, amigos e amantes
para dentro de casa e usando a expressão da secretaria, varando noite e dia na
bebedeira e outras coisas mais. Ora, as crianças veem isto e como consequências
se rebelam e externam seus descontentamentos pela situação vivida em casa e,
infelizmente, repercute na escola. Repercute na escola pelo fato de as crianças
e adolescentes terem em suas cabeças claramente ou não o conceito de que aquele
espaço é democrático e pode ser utilizado para discutir, para diminuir a carga
que estão vivendo externamente e isto só é possível se, realmente, os
professores estiverem qualificados para esse fim. Falei para essa parceira que
se fazia urgente e necessária a atuação do CRAS nessa família, pois isto é
resultado das vulnerabilidades em que os nossos beneficiários estão inseridos.
Vê-se, claramente, que Esses alunos que tem comportamentos que chamem a atenção
requerem um atendimento especial, aquele olhar diferenciado, porém não
paternalista. E paternalista vou enfatizar, é quando algum professor diz:
"Não vou colocar falta no aluno para não prejudicá-lo, pois ele é da
Bolsa". Vejamos se um professor
agir desta forma ele estará cometendo dois crimes: um de ordem legal, por estar
deixando de cumprir a Lei, que diz do Acompanhamento Diferenciado para cada
aluno e o outro crime é de ordem intelectual, pois está dizendo indiretamente
que ele não precisa ir à escola continue analfabeto, etc".
É importante que todos nós da
Educação Estadual, Municipal, Particular aproveitemos a oportunidade que o
Programa Bolsa Família está nos dando que é visualizarmos os alunos oriundos de
lares vulneráveis, mesmo que não seja o quadro real, pois existem muitas
famílias beneficiárias, que não estão dentro do perfil de extrema pobreza ou da
pobreza e que recebem o benefício.
Att,
Santa Maria
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